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É preciso ler as entrelinhas
Ronald Claver
O texto e uma fala do personagem Fernando em Lua Cheia de Mel , ed. RHJ, 2004
Um dos meus personagens contou-me que é preciso ler sempre. Ler para divertir, ler para discutir, ler para entender o não entendido, o não explicado. Ler para viajar. Ler para escrever a história do homem comum que transita invisível nas ruas do mundo.
É preciso ler o mundo, ler as esquinas. Ler as pessoas. É preciso ler os pobres e com eles aprender um pouco da humildade, tolerância e sabedoria. Ler os jornais, revistas, esquinas e bares. É preciso ler os poetas e aprender com eles um pouco de rebeldia e ternura. É preciso ler as mulheres e conhecer um pouco das artimanhas do mundo. É preciso ler os lábios e decifrar palavras que podem modificar nossas vidas. É preciso ler o cotidiano para tirarmos lições para o futuro. É preciso ler a letra que demarca as margens do coração e aponta para horizontes impossíveis e improváveis, mas encantadores e mágicos.
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