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MANUAL DE ENFERMAGEM: INSTRUMENTALIZANDO UMA PRÁTICA EDUCATIVA

Ana Dulce Azevedo Santana
Mary Gomes Silva
professoras da área se saúde, da Faculdade de Ciência
e Tecnologia(http://www.ftc.br) de Salvador


RESUMO
Intodução:. A educação na enfermagem cria e utiliza conhecimentos sistematizados, direcionados para a solução de problemas de saúde de indivíduos ou grupos e os seus instrumentos constituem parte desse conhecimento sistematizado, que ensina e aplica a prática com responsabilidade e compromisso, constituindo uma parcela da profissionalização da enfermeira. Objetivo: promover a sistematização dos procedimentos que serão realizados pelos professores e alunos das disciplinas profissionalizantes do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciência, com vista ao desenvolvimento de uma prática qualificada. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa prática. O instrumento de coleta obedecerá a seguinte seqüência: conceito, finalidades, competências, terminologias aplicadas, descrição do material necessário, descrição da técnica com fundamentação cientifica (o passo a passo), aspectos ergonômicos e complicações de uma técnica inadequada.O trabalho será elaborado por um grupo de docentes que deverão ter encontros, com carga horária de 6 horas semanais e local a ser disponibilizado pela Instituição. Os professores realizarão pesquisas a materiais bibliográficos e legislações pertinentes. Posteriormente, o Manual, será validado por um grupo de especialistas da área da Acadêmica e da área Prática. Considerações Finais: Acreditamos que a construção do manual de procedimentos proporcionará aos graduandos de enfermagem e aos docentes das disciplinas profissionalizantes o desenvolvimento de uma prática qualificada.

Palavras-chave: Educação – Manual - Enfermagem.


1 INTRODUÇÃO

De acordo Cianciarullo (1996) a educação em enfermagem tem o duplo mérito de denunciar os problemas e ao mesmo tempo apontar os caminhos de uma nova maneira de entender e sentir a realidade; nesta visão, a prática da equipe de enfermagem, sempre estará voltada para educação com a clientela que assiste.
Neste âmbito, continua a autora, os profissionais de enfermagem criam e utilizam conhecimentos sistematizados, direcionados para a solução de problemas de saúde de indivíduos ou grupos e os seus instrumentos constituem parte desse conhecimento sistematizado, que ensina e aplica a prática com responsabilidade e compromisso, constituindo uma parcela da profissionalização da enfermeira.
Ao abordarmos a necessidade de sistematizar nossas ações enquanto educadores, faz-se necessário considerarmos que na nossa prática de ensino e atuação como docente requer um planejamento prévio. Com esta compreensão, o ato de planejar no tema abordado, deve ser entendido como a orientação de um processo em busca de novos caminhos, novas soluções, encaminhamentos e possibilidades para alcançar as mudanças. Assim, é preciso entender o processo do planejamento como processo educativo (SAUPE, 1998) .
Diante do exposto e da experiência vivenciada na docência, percebemos a importância de uma intervenção concreta na formação dos nossos graduandos, surgindo assim, a proposta de elaborarmos um manual de procedimentos básicos para enfermagem.
O interesse em desenvolver esse trabalho decorreu da necessidade de uniformizar a realização dos procedimentos que serão desenvolvidos ao longo das práticas das disciplinas profissionalizantes, considerando como um fator de extrema importância para implementar um sistema de trabalho que assegure um nível de excelência de qualidade.
Neste sentido, temos como objetivo: Promover a sistematização dos procedimentos que serão realizados pelos professores e alunos das disciplinas profissionalizantes do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciência, com vista ao desenvolvimento de uma prática qualificada.
A educação em enfermagem criam e utilizam conhecimentos sistematizados, direcionados para a solução de problemas de saúde de indivíduos ou grupos e os seus instrumentos constituem parte desse conhecimento sistematizado, que ensina e aplica a prática com responsabilidade e compromisso, constituindo uma parcela da profissionalização da enfermeira.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A educação para saúde é de fundamental importância. A necessidade de uma boa qualificação dos profissionais de enfermagem como educadores é bastante relevante no contexto das políticas de saúde atual (GAUTHIER e HIRATA, 2001).
Ao refletirmos sobre a prática da enfermagem, faz-se necessário considerar a questão da educação que segundo Unicousky e Lautert (1998) é uma atividade intencional que visa a formação de uma pessoa, sendo esta, uma atividade de investimento realizado com o objetivo de capacitar, oferecer satisfação e incrementar rendimentos futuros do individuo.
De acordo com Erdmann (1992), a ação desta prática tem como guia o sistema de cuidados de enfermagem, focalizado em dimensões variadas e em espaços/momentos, estruturas e propriedades múltiplas. Neste sentido, o sistema de cuidado terá mais autonomia se suas ações de liberdade se apoiarem no conhecimento e no emprego das determinações advindas da organização, pela presença de estruturas e regras/normas e simultaneamente, nas possibilidades aleatórias que se apresentam nas situações possíveis de intervir estrategicamente.
As normas e regras viabilizam a padronização nas organizações. Segundo Campos apud Trevizan (1988, p.19) “a padronização hospitalar é um movimento que visa à aplicação de determinados métodos pelos hospitais para que consigam, em todas as suas fases, proporcionar melhor hospitalização”.
Continua a autora que este movimento foi promovido para corrigir falhas e uniformizar os métodos de trabalho de vários setores dos hospitais.
Para Nogueira (1999, p.42) a padronização: “é uma importantíssima ferramenta gerencial”. O autor continua enfocando que parte do trabalho realizado em qualquer instituição consiste em tarefas repetitivas. Atividades tais como administração de medicamentos, realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos, cuidados de enfermagem entre outros. Observa-se, entretanto, que todos estes apesar de serem realizados cada vez como procedimento único, destinado a uma pessoa em particular, seguem uma determinada rotina e uma estrutura básica.
Destaca-se a necessidade de estabelecer padrões como forma de orientação dos funcionários novos, ou novos na função, sobre a maneira correta de executar as tarefas, possibilitando assim uniformização, redução de custos e segurança para cada pessoa na realização das suas tarefas, neste sentido garantindo a manutenção da qualidade.
Dentro deste enfoque, os manuais são considerados como importante ferramenta no processo de padronização; estes de acordo com Silva (1991), possibilitam a reunião de informações de maneira sistematizada, tendo como principal finalidade o esclarecimento e orientação para execução das ações relacionadas as rotinas ou procedimentos, constituindo um instrumento de consulta.
No contexto da prática de enfermagem, os manuais devem ser um elemento facilitador das ações de enfermagem, orientando suas ações. Para tanto, deve-se constantemente submete-lo à análise crítica, ser atualizado sempre que necessário, considerando também, os avanços advindos dos resultados das pesquisas realizadas na área.


3 METODOLOGIA

A presente proposta tem por finalidade a construção do manual de procedimentos básicos em enfermagem, através da pesquisa prática que conforme Teixeira (2000, p.64): “é aquela que se volta à intervenção direta em uma realidade, a teorizar e a produzir alternativas concretas comprometendo-se com soluções”.
Os conteúdos a serem abordados no manual deverão conter itens idênticos de maneira que caracterize a sua sistematização. Desta forma todas as técnicas que serão trabalhadas e estarão estruturadas de forma a facilitar a compreensão e execução da mesma.
A pesquisa será realizada através da construção de roteiro dos procedimentos a serem executadas pelos alunos do Curso de Enfermagem da FTC, visando à otimização dos serviços prestados e repassando para o aluno a necessidade de sistematizar as ações de Enfermagem para um cuidar com segurança e qualidade.
Neste sentido, cada ação do cuidar, será estruturado por procedimentos, obedecendo a seguinte seqüência: conceito, finalidades, competências, terminologias aplicadas, descrição do material necessário, descrição da técnica com fundamentação cientifica (o passo a passo), aspectos ergonômicos e complicações de uma técnica inadequada.
O trabalho deverá ser elaborado por um grupo de docentes do Curso de Enfermagem da FTC, que deverão ter encontros, com carga horária de 6 horas semanais, com dias a serem combinado pelo grupo e local a ser disponibilizado pela Faculdade. Nesta oportunidade os professores envolvidos realizarão pesquisas a materiais bibliográficos e legislações pertinentes. Posteriormente, os roteiros dos procedimentos serão elaborados, tomando por base as referências e a experiência de cada professor envolvido na elaboração que será obtida através de discussão sobre os temas realizados durante os encontros.
Após elaboração do Manual, este deverá ser validado por um grupo de especialistas da área da Acadêmica e da área Prática. Nesta oportunidade, os profissionais que farão parte deste grupo de avaliadores, serão selecionados pelo tempo de experiência nas áreas que atuam. Assim, o referido trabalho, só será utilizado na prática após avaliação e aprovação deste grupo acima citado.


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todas as áreas existe uma busca contínua pelo conhecimento. Na área da saúde também há essa preocupação, objetivando garantir a qualificação dos profissionais que atuarão na assistência direta a população.
Assim, com o propósito da elaboração do manual, a prática dos profissionais de enfermagem será permeada por um conjunto de conhecimentos que possibilite um preparo técnico-científico e reflexivo baseado em uma ação sistematizada que tem início desde sua formação acadêmica.
Deste modo, acreditamos que a construção do manual de procedimentos proporcionará aos graduandos de enfermagem e aos docentes das disciplinas profissionalizantes o desenvolvimento de uma prática qualificada.

REFERÊNCIAS


CIANCIARULLO, Tâmara I. Instrumentos básicos para o cuidar: um desafio para a qualidade de assistência. São Paulo: Atheneu, 2000.

ERDMANN, Alacoque Lorenzini. O Sistema de cuidados de enfermagem: sua organização nas instituições de saúde. Texto e Contexto Enferm., Florianópolis, v.7, n.2, p.52-69, mai/ago. 1998.

GAUTHIER, Jacques; HIRATA, Marisa. A Enfermeira como Educadora. In: Santos, Iraci dos et al. Enfermagem fundamental: realidade, questões, soluções. São Paulo: Atheneu, 2001. cap. 9, p.123-141 ( Série atualização em enfermagem; v.1)

NOGUEIRA, Luiz Carlos Lima. Gerenciando pela qualidade total na saúde. 2. ed. Belo Horizonte: Editora do Desenvolvimento Gerencial, 1999.

SILVA, Vanda Elisa Felli. Manuais de Enfermagem. In: KURCGANT, Paulina. (Cord.). Administração em enfermagem. São Paulo: EPU, 1991. cap. 5, p. 59-72.

UNICOVSKY, Margarita Ana Rubin; LAUTERT, Liana. A formação profissional do enfermeiro: ação, reflexão e estratégias. In: SUAPE, Rosita.(Org.) Educação em enfermagem: da realidade construída a possibilidade em construção. Florianópolis: Editora da UFSC.1998.cap.7, p.217-241. (Série enfermagem- REPENSUL )

LUNARDI, Valéria Lerch; BORBA, Marta Riegert. O pensar e o fazer da prática pedagógica: a busca de uma nova enfermeira. In: SUAPE, Rosita.(Org.) Educação em enfermagem: da realidade construída a possibilidade em construção. Florianópolis: Editora da UFSC.1998.cap.7, p.217-241. (Série enfermagem- REPENSUL )

TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica da ciência e da pesquisa. 2. ed. Belém: Grappel, 2000.

TREVIZAN, Maria Auxiliadora. Enfermagem hospitalar: administração & burocracia. Brasília: UNB, 1988.