MUNDOS DIALOGADOS  

EDUCACIÓN   

PENSANDO GLOBALMENTE E 
ATUANDO LOCALMENTE COM CÉSAR COLL

CREARMUNDOS entrevista o educador e escritor César Coll que também é professor de psicologia evolutiva e da educação, na faculdade de psicologia da Universidade de Barcelona. O professor César Coll é um importante pensador que influiu de maneira significativa na reforma educativa ocorrida na Espanha, além de figurar como uma presença marcante na reforma educacional brasileira, tendo sido, inclusive, um dos consultores dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). Diversos são os livros desse autor, publicados no Brasil, que vêm influenciando inúmeros educadores espalhados por todo o território nacional.O encontro com nosso entrevistado foi marcante por sua clareza de idéias, receptividade e simpatia. Seria muito interessante se as palavras impressas no papel pudessem espelhar essas características! A tarefa de buscar percebê-las deixamos para o leitor!  

CREARMUNDOS conversa com nosso convidado ao redor de três blocos temáticos:  

·        A educação em geral

·        As reformas educacionais espanhola e brasileira: conceitos X implantação prática

·        A relação educar X escrever

 

SOBRE A EDUCAÇÃO EM GERAL

CREARMUNDOS: Que análise o senhor faz da educação atual?  

César Coll: Para mim, a educação atual caracteriza-se por mudanças de protagonismo. Vamos esclarecer melhor: no século XX, a educação escolar ganhou um peso e uma importância que antes não tinha. Saem de cena aqueles que anteriormente influenciavam mais decisivamente na educação das novas gerações: a família, a comunidade do bairro onde moram e os colegas, companheiros e amigos.

É claro que esse novo protagonismo tem aspectos positivos e negativos. O lado positivo é a redução significativa do analfabetismo. E o lado negativo é o fato de que caiu sobre a escola, a responsabilidade de ser a gestora de todos os temas educacionais. O que deixa a escola numa situação – limite, por exemplo, torna-se pesado e impossível atuar de maneira significativa e eficaz nos aspectos éticos e que dizem respeito às atitudes em geral. A escola ficou sem poder responder a esse âmbito, porque não tinha recursos disponíveis para isso.

O aparecimento da tecnologia com seu desenvolvimento vertiginoso ampliou esse problema e agregou algo novo, porque surgem novos cenários e novos agentes que disputam e competem pelo espaço educacional. Com isso, a escola foi perdendo o peso que havia adquirido anteriormente, gerando uma redefinição de papéis dos diferentes agentes educativos.  

 

CREARMUNDOS: O senhor está afirmando que a escola tende a desaparecer frente ao avanço tecnológico? Os cursos à distância através de computadores podem substituir a sala – de – aula, por exemplo?  

César Coll: Eu não acredito nesse processo que alguns têm chamado de desescolarização. Não me parece que a escola vá desaparecer. O que é necessário é que ela seja problematizada e que se faça um novo  planteamento, não me parece que haja uma solução diferente desta. E isso deve ser compartilhando por todos os agentes educativos envolvidos.    

 

CREARMUNDOS: Poderia nos explicar melhor como deveria ser esse novo planteamento?  

César Coll: O que pretendo, é falar de tendências que têm apontado para uma determinada direção. Vejamos, quem são os agentes educativos que atualmente exercem influência na educação dos jovens e crianças? Os meios de comunicação (com destaque para a televisão), os sindicatos, as ONGs, os órgãos públicos que administram as escolas.  São esses agentes que têm que pactuar, de tal forma que gere compromissos e acordos de território. Será necessário organizar a descentralização, transferindo competências a cada um desses agentes. É claro que não pensamos que isso seja possível de ser realizado em nível macro. Esse compromisso tem que ser no nível do entorno imediato, que deverá ser o responsável direto pelo impacto educativo nos alunos. Uma  questão importante é que cada um desses agentes precisará se perguntar o que pode aportar à educação das novas gerações.

Penso que estamos num beco sem saída e se não buscamos algo assim, estaremos novamente propondo meros paliativos  e engodos.

Não sei se no Brasil está ocorrendo como aqui, mas o que vemos são jovens que além de não saberem matemática, nem saberem ler, nem escrever; não sabem se comportar de maneira sadia, além de estarem desde muito cedo envolvidos com bebidas alcoólicas e atitudes de xenofobia ( aversão aos estrangeiros). E a responsabilidade disso é de quem? Da escola? Isso não se pode aceitar! É uma frustração impossível de ser transformada. Daí a necessidade desse envolvimento mais global da sociedade, cada um que se ocupe de algo específico em seus respectivos cenários. À escola deve ficar somente a cota que lhe caiba e que lhe permita atuar.

 

CREARMUNDOS: O que o senhor propõe se parece a uma idéia que faz parte da linguagem do domínio empresarial: pensar globalmente e agir localmente.  

César Coll: Penso que agir localmente é a única forma eficaz de realizar as mudanças, uma vez que é uma atuação onde está a “coisa concreta”, no local onde realmente estão as necessidades. Se não é assim, é apenas discurso! A cidade tem que assumir a discussão global, é preciso que o coletivo compartilhe o problema e busque os recursos. Mas, os acordos e pactos cooperativos precisam ocorrer nos locais onde as ações vão acontecer. Nos locais onde as pessoas crescem, é onde as coisas ocorrem, e isso deve estar claro para todos.

A coisa vai mal, mas sempre pode piorar, porque a degradação não tem limite. A organização escolar tradicional chegou ao seu topo e nenhuma reforma pode resultar em mudanças realmente significativas.

Sabemos que atualmente existem iniciativas interessantes como o projeto cidades educadoras e todo o trabalho ao redor das comunidade de aprendizagem. São experiências ilhadas, mas um dia quem sabe amanhecemos e vemos que se generalizaram?

 

CREARMUNDOS: Vamos torcer para que isso ocorra! O senhor poderia explicar algo mais sobre estas experiências ilhadas citadas?

César Coll: As comunidades de aprendizagem referem-se à mudança metodológica. Mudança de perspectiva quanto ao ensinar e ao aprender. Considera-se nessa perspectiva que os agentes educadores são múltiplos, portanto todos dentro da escola formam parte dessa comunidade de aprendizagem. E todo o entorno da escola também faz parte da mesma, isso significa que há que se perguntar o que podemos fazer entre todos para educarmos as novas gerações.

Quanto ao movimento cidades educadoras, foi lançado em Barcelona, há mais de 10 anos, numa iniciativa da prefeitura municipal. Hoje, existem inúmeras cidades latino americanas, inclusive brasileiras, que fazem parte desse movimento. Sobre esse projeto recomendo à revista que entreviste aos responsáveis. Seguramente, será algo que interesse aos educadores brasileiros que não o conhecem.

De todas formas vale ressaltar que é assim que ocorrem as mudanças realmente significativas. Vão surgindo inúmeras experiências pequenas que funcionam, as idéias circulam e um dia a gente se dá conta que o sonho virou realidade.

 

CREARMUNDOS: Poderíamos voltar à questão da evolução tecnológica e de sua atuação como agente educativo?

César Coll: A evolução da tecnologia gerou uma revolução na comunicação e isso impactou diretamente à educação. Para a escola ficou a questão: o que ensinar? Não podemos mudar o fato de que a escola é a fonte de transmissão e de legitimação do conhecimento. Mas, a informação, diante do avanço tecnológico,  não precisa da escola para se legitimar e ser transmitida. Portanto, a escola como centro difusor de informações está em crise. Diante disso, resta para a escola questões como: quais são os saberes que somente a escola pode oferecer? Como distinguir meras informações de conhecimento? Como sobreviver a esse excesso de informação que o avanço tecnológico nos proporciona? Como distinguir a boa informação do lixo informativo?

Na verdade, uma grande questão que fica para a escola é manter o acesso ao conhecimento e não apenas o consumo da informação, que esse avanço tecnológico proporciona. Isso significa dizer que acredito na importância da escola e do educador. Diante desse universo informativo, as novas gerações precisam de guias, pessoas com critério, que possam mediar o peso dos meios de informação. O educador passa a ser um mediador de mediadores! Isso é futurologia, mas não está muito longíqua.

  

SOBRE AS REFORMAS EDUCACIONAIS

CREARMUNDOS: Poderíamos nos falar sobre a reforma educacional ocorrida na Espanha?

César Coll: Uma reforma tem sentido em função de seus objetivos, portanto, não podemos fazer nenhuma análise ou avaliação sem considerar os mesmos.

Nos anos 80, chamava-se reforma educativa, o que hoje é chamado de sistema educativo. E qual era o objetivo daquela reforma? Realizar uma mudança necessária. Tínhamos uma lei que vinha de 1857, que sofreu pequenas alterações nos anos 70. Ou seja, passamos todos esses anos sem nenhuma mudança ou adaptação aos novos tempos. A lei dos anos 70, ocorreu sob a ditadura de Franco, ou seja, tampouco foi possível realizar algo que fosse realmente significativo. Nessa lei, educação infantil não estava incluída, não se ampliava nada, nem se diversificava o ensino a nível de cursos profissionalizantes, por exemplo. Os conteúdos propostos estavam contaminados ideologicamente pela ditadura e sua abordagem estava defasada com relação aos demais países europeus. Nos anos 60, com relação a essas questões, outros países da Europa, estavam muito além do estágio no qual se encontrava a Espanha.

Portanto, o objetivo primeiro da reforma educacional espanhola, tinha a ver com recuperar esse atraso histórico de quase 100 anos. Era uma reforma que olhava para o passado e não para o futuro, uma vez que era essa a necessidade do momento. A única coisa que pretendia era colocar a educação espanhola no mesmo patamar que os demais países e nada mais.

 

CREARMUNDOS: Sabe-se que os profissionais de secundária (ciclo que vai dos 12 aos 18 anos) têm tido muitos problemas com o novo sistema educativo. Como o senhor vê essa questão?

César Coll: O problema da secundária ocorre não somente na Espanha. Vários países, como França, Inglaterra e Alemanha, vivem o mesmo limite. Por isso penso que necessitamos dar um salto de concepção sobre o que chamamos de serviço educativo. Claro que temos problemas, temos  um modelo de escola do século XIX, como seguir com isso se estamos no século XXI? Já conseguimos mudar muito, mas ainda não mudamos todo o que é necessário. Um bom exemplo do aspecto positivo dessas mudanças é que hoje na Espanha, podemos apostar na escolarização de quase 100% da população até os 18 anos.

 

CREARMUNDOS: Com certeza isso é um grande sucesso, seria fantástico se pudéssemos viver essa realidade no Brasil de hoje! Mas, fica no ar a pergunta sobre a qualidade dessa escolarização e sobre os fracassos com os quais a escola tem que conviver cotidianamente no que se refere à formação ética das crianças e dos jovens. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

César Coll: A primeira coisa que me pergunto é se o fracasso é escolar ou social. A marginalidade é igual ou superior à quantidade de crianças que fracassam na escola? Pode-se pedir à escola que responda sozinha sobre o fracasso social? Parece-me que não, esse não é um problema somente da escola... E não é um problema somente da Espanha, o mesmo ocorre em países como França e Inglaterra.

 

CREARMUNDOS: O senhor poderia seguir com a avaliação da reforma sob a perspectiva de seus objetivos?

César Coll: Penso que há um êxito conceitual, ou seja, as reclamações que ouvimos são de pessoas que abraçaram a idéia. De maneira geral percebe-se que os educadores não estão contra os princípios da reforma. Os problemas encontram-se na gestão dos recursos para operacionalizar essas idéias e princípios. Basicamente os problemas são econômicos e referentes à formação dos professores. Sendo esse último, crucial para o sucesso real dessa proposta. Até hoje não se mudou nada na formação dos educadores, ainda que desde 1995, haja uma lei que proponha isso.

Vejamos, o que estamos chamando de êxito conceitual, por exemplo,  ninguém está contra a idéia de que os conteúdos sejam também funcionais e não apenas informativos. Todos concordam, de maneira geral, que além de saber, há que saber fazer e saber estar. A ênfase na questão da autonomia, tampouco é contestada. E ter a atenção à diversidade como eixo-básico, é uma idéia que ainda que seja difícil de ser operacionalizada, é entendida como essencial para o mundo de hoje. Tambem é aceita a idéia de que os centros educativos tenham seus projetos e organizem suas bagagens pedagógicas. Essas idéias são referentes hoje, as discussões ocorrem em torno delas. O que as pessoas ponderam é em que estão de acordo e com que discordam.  

O princípio mais complexo tem sido o da compreensividade. Em torno dele tem ocorrido muitas controvérsias, principalmente porque muitos educadores pensam que as diferenças não devem estar juntas. Acreditam que alunos com diferenças muito grandes entre si devem ser separados e não podem co-habitar o mesmo espaço de aula. Eu sou totalmente contra esta idéia, que na minha maneira de ver somente colabora com a segregação de grupos e a formação de guetos marginalizados. Segregar diferenças não promociona evolução, ainda que possa parecer que sim. Penso que a evolução histórica da humanidade, somente ocorreu quando houve mestiçagem. Esse tema dá um bom debate ideológico!

 

CREARMUNDOS: Os meios de comunicação tem publicado diversas críticas ao sistema educativo espanhol. O que o senhor pensa destas críticas?  

César Coll: Quem lê os jornais deve pensar que está ocorrendo uma catástrofe! Essa tem sido uma imagem veiculada. Mas, alguém com desejos de ir além dessa superficialidade, ao visitar um centro educativo, poderá ver que muitos desses queixosos, fazem maravilhas! Reclamam, porq   ue têm problemas com a própria formação para atender aos novos desafios, reclamam da falta de apoio e de dinheiro. Mas, não deixam de realizar um trabalho admirável, ainda que suas condições não estejam tão boas.  

No nível da prática, estou certo de que estamos longe do que pode ser. Mas, não se deve deixar de valorizar todo o esforço que já foi realizado pela maioria dos centros educativos, que têm sido criativos ao buscar respostas às suas dificuldades didáticas e pedagógicas. O que tenho visto é um bom exercício de inteligência!

 

CREARMUNDOS: O senhor diria que o professor é um “profissional da queixa”? Afinal, em geral, estamos sempre reclamando de algo...  

César Coll: É difícil encontrar outro profissional que fala tão mal de sua profissão, quanto nós, os educadores. Professores universitários e secundários o fazem de forma contundente. Quanto aos professores primários, não tenho muita referência, mas me parece que também ocorre o mesmo.

Médicos e arquitetos, por exemplo, não se auto – criticam, criticam as demais profissões. Somos os piores propagandistas de nós mesmos.  

 

CREARMUNDOS: E qual seria a razão disso?  

César Coll: Porque a imagem social, historicamente tem sido essa: passa-se fome como professor. Antes, “passávamos fome, mas éramos mais respeitados”, éramos poucos e tínhamos acesso a uma riqueza especial: a cultura. Mas, hoje, o acesso à cultura já não é tão valorizado quanto antes e já somos muitos. Na cidadezinha onde nasci existiam 20 catedráticos, hoje somos 500, esse fato gera uma mudança de valor. A massificação de uma profissão interfere no seu prestígio social. Assim, socialmente, somos menos importantes. Fato paradoxal, porque perdemos prestígio justamente quando conseguimos universalizar a cultura.

Mas essa não é uma questão de política educacional localizada. Isso é universal, ocorre inclusive em países muito diferentes dos nossos, tais como China, Japão e E.U.A.

 

CREARMUNDOS: E a reforma educacional brasileira? O que o senhor tem a dizer sobre ela?  

César Coll: Eu colaborei com os PCNs, em sua estrutura, forma e conteúdo. Mas, atualmente, não sei mais do que os jornais publicam sobre o assunto.

Gosto muito mais dos PCNs brasileiros do que do nosso DCB ( Diseño Curricular Basico), principalmente porque não são obrigatórios, são referenciais para as escolas que podem escolher segundo suas diferenças e peculiaridades. A idéia de um currículo referencial para servir de guia, é muito mais potente do que a nossa obrigatoriedade curricular.

Um currículo sempre pode ser melhorado, pois é algo permanentemente conflitivo. Isso, porque reflete uma seleção dentro de um conjunto vasto de conhecimentos, sobre o que se pensa que um cidadão deva saber. Mas, quem decide isso? Com certeza, ter critérios claros que justifiquem a seleção, colabora na crítica da mesma; afinal sempre podemos melhorar as respostas concretas. Penso que isso é honesto e transparente, uma vez que um currículo é claramente uma opção de seleção.

Tenho uma boa lembrança dos PCNs! Do ponto de vista técnico são muito bem feitos. Mas, quanto à aplicação dos mesmos e suas dificuldades práticas, não sei mais do que dizem os meios de comunicação...

  

A RELAÇÃO EDUCAR x ESCREVER

CREARMUNDOS: Como o senhor vê a relação educar X escrever?  

César Coll: No meu caso particular, penso que a escrita é um instrumento de aprendizagem. Aprendo quando tenho que escrever para o outro e isso me parece fundamental.

Mas, vejo que, socialmente, a escrita está perdendo seu valor como instrumento de pensamento e de formação.

 

CREARMUNDOS: Nisso estamos de acordo e como compreendemos que nosso papel é colaborar para que o educador escreva e elabore sua prática através desse ato propomos a nossos leitores que o facam. Como o senhor vê essa iniciativa?  

César Coll: Compartilho dessa meta e penso que a melhor forma de melhorar a prática é escrevendo sobre ela, uma vez que aí se evidenciam todos os vazios da mesma. Escrever é fazer algo para que o outro compreenda. Se faço algo para que o outro compreenda, tenho que compreender eu mesmo, não? Ocorre algo com muita frequência comigo, penso que entendo algo e quando vou escrevê-lo constato que não havia entendido muito bem.

Nós educadores, de maneira geral, temos dificuldades para formalizar e explicar por escrito nossas práticas. Penso que somos melhores quando fazemos, do que quando falamos sobre o que fazemos.

 

CREARMUNDOS: E qual seria a causa disso?    

César Coll: Minha experiência me diz que isso não ocorre apenas com professores. Quase todos os profissionais, têm muitas dificuldades quando escrevem o que fazem. Sabem fazer, mas não sabem explicar ou criticar o que fazem.

É aquele velho problema epistemológico que existe entre a prática e a teoria, entre o discurso e a ação. Essa distância esquizofrênica não é boa! Penso que uma das idéias que colabora com esse distanciamento é a de que um bom profissional é o prático. E que os investigadores teóricos não sabem nada da prática e ficam tecendo considerações que não se aplicam à realidade. Há excessões para isso, mas em geral é o que se pensa. O que ocorre é que são duas culturas diferentes: uma fala mais do que faz e a outra faz mais do fala... Mas, seria bom que essa distância diminuísse. Seria bom para ambos os lados.

 

CREARMUNDOS: O senhor gostaria de deixar alguma mensagem para nossos leitores?

César Coll: Ser educador é o maior prazer que pode existir. Com o uso da razão e  da palavra, desenvolvemos a capacidade de conduzir e orientar o outro. E isso é lindo! Mas, é claro que não falo de manipulações como as que fazem o marketing, nem falo de autoritarismos. Falo do privilégio de poder usar a razão e não a força para colaborar nas necessárias mudanças sociais. Falo da responsabilidade frente ao poder de influenciar o outro através do discurso. Que nossos leitores reflitam sobre esse poder.

Eu gosto mais de escrever do que de falar em público, sinto-me mais cômodo assim. Para mim, a escrita tem um valor imprenscindível, uma vez que aprendo muito e que vejo o que realmente faço e o que ainda não faço. Portanto, o que quero dizer aos nossos leitores é que se animem a escrever, não é tão difícil. Leva tempo, mas gera tanta satisfação!...  

 

A revista agradece a disponibilidade e a simpatia desse importante educador que se dispôs a compartilhar conosco suas reflexões atuais em torno dos temas tratados. Esperamos que nossos leitores se animem com os estímulos enviados por ele!