ÉTICA
Fernando Caramuru Bastos
Fraga
editor de revistas
educacionais e superintendente do Sindicato de Escolas Particulares de Minas
Gerais
caramurupld@hotmail.com
Ética, estética, metafísica, epistemologia e lógica
são temas constantes da investigação filosófica.
A palavra ética tem, geralmente, o significado de ciência e arte de
dirigir a conduta, encaminhando o Homem para o bem. O próprio e o comum.
Contudo, às vezes, quando muito pronunciada por alguém, não passa de disfarce
para encobrir a falta de ética com que costuma agir.
A conduta ética nunca deveria contrapor uma realização pessoal com a
do outro ou a do coletivo. Não seria nada ético, se assim o fizesse.
Ética é, sobretudo, ação. Não a ação verbal de louvor
comportamental em boca própria, de dizer “eu sou bom”, “eu respeito o
outro”, “eu sou justo”, “eu incluo”, “eu tolero”, etc. – isso não
passaria de vitupério e de atos verbais de fazer soar as trombetas farisaicas.
Conduta ética não é o que falo que faço (fazendo ou não) nem o que não
faço para não correr o risco de errar, pois o simples fato de não fazer pode,
muitas vezes, constituir uma verdadeira conduta anética ou, mesmo, antiética.
Nem o que faço em causa própria ou da minha categoria profissional (ainda que
receba o nome de deontologia) e em detrimento de outrem.
Conduta ética é o como me comporto bem (o como me porto bem com o outro,
com a natureza e comigo mesmo). É o que faço, algumas vezes, para deixar de
fazer o que faço.
A origem do termo ética está ligada à palavra casa. Casa é o lugar
onde todos nós moramos: o lar, a cidade, o Estado, o país, o Continente, a
Terra. A ética é para todos os moradores ou não é para ninguém. É
indispensável viver bem na nossa casa, tanto no sentido relacional quanto no
existencial, de outro jeito, isso seria feio. Isto porque não se pode nem se
deve separar ética de estética, já que a inexistência de uma nega a outra
– o que é bom, necessariamente é belo; e vice-versa.
Para tentar dizer o dito até agora com a concisão e a beleza poética,
escrevemos, na segunda metade dos anos noventa, a pretensa poesia a seguir:
ÉTICA E ESTÉTICA:
EU E O
OUTRO
(Cada eu tem um eu que é outro)
A
ética é a estética:
do
comportamento
das
relações.
A
estética é a ética:
das
formas
das
luzes
das
cores
das
palavras
dos
sons
das
idéias
dos
sentimentos
das
emoções.
Estética:
est ética.
Ética:(est)ética.
O
outro: é minha estética.
Eu:
sou a ética do outro.
Mas
o outro e eu
Não
somos um.
(Então,
a egoética
e
a alterética
não
são éticas
nem
estéticas.)
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